Prefácio
Se uma primeira abordagem à leitura da obra poderá remeter o leitor para um Diário expresso na datação e registo dos acontecimentos que medeiam entre as primeiras manifestações da doença e o término dos tratamentos a que Mariana se submeteu, desafiamo-lo a seguir mais atentamente o decurso do narrado, para poder descobrir a tecedura que a autora utilizou para alcançar os objectivos a que se propusera na feitura da obra.
Assim, encontramos laivos de uma espontânea filosofia , quase diríamos próxima do Carpe Diem, uma exortação reflexiva sobre o valor da Vida, uma preocupação didáctica e pedagógica nos registos de ensinamentos em como lidar em circunstâncias similares, na pesquisa exaustiva dos termos científicos e de definições de especialidades médicas ou de tratamentos adequados.
Porém, o livro ora lançado, ainda apresenta uma nova leitura de valor bastante sugestivo e com uma forte carga emocional.
De facto, associado à já mencionada reflexão sobre a Vida, surge um campo semântico que conduz o leitor a um cenário de batalha, no qual se trava uma luta que, embora árdua, longa e quase invencível, tem de ser ganha pelo contendor mais fraco, graças à sua tenacidade em querer vencer o inimigo para, assim, poder continuar a viver.
Mas, não nos fiquemos apenas pelo campo de batalha.
Quem não deixará de ver Mariana preparar-se para a corrida que vai iniciar, de tocha acesa na mão. Sabe-a difícil, mas tem de a ganhar , apesar de, mais uma vez, os adversários serem violentos, traiçoeiros e resistentes. E a tocha terá de se manter acesa, pois ela é a Tocha da Vida.
Mas, na corrida que Mariana tem de correr, embora consciente de que não lhe faltarão apoios nos momentos em que as suas resistências físicas e psíquicas parecem falecer, todavia, só a ela é incumbida a missão de transportar a tocha e sempre zelar para que não se apague.
Missão impossível, dir-se-ia, mas que Mariana cumpriu por etapas, atingiu metas: venceu.
No entanto, outras etapas ainda a esperam para que possa ,finalmente alcançar, com a mesma persistência, talvez até mesmo com obstinação,a meta final. Aí, sim, a nossa competidora não só orgulhosamente exigirá a tocha acesa como receberá o justo prémio da vitória pela qual tanto pugnou: a Vitória da Vida.
É nesta envolvência metafórica que acompanhamos as Jornadas de Mariana.
Todavia, a par deste recurso, perpassa uma linguagem afectiva em que se patenteia todo o amor e o sacrifício de uma avó que tenta arrancar das garras de uma terrível doença o ser que mais ama: a sua neta.
Mariana, na sua inocência, proporciona ao leitor passagens de ternura, e boa disposição, de alegria, de dúvidas, de tenacidade e de maturidade que surpreende.
“Mariana amadureceu sem saber porquê”.
Helena Ranha pretendeu , igualmente, através deste testemunho, deixar um «Guia» a todos os pais, que pela adversidade do destino, vêem os seus filhos serem abrupta e cruelmente apanhados nas teias da terrível doença que é o Cancro.
Mas, a mensagem final é de optimismo e de esperança.
Vale a pena lutar porque o cancro não é o fim.
Maria Margarida Palhinha
2 comentários:
Vencem na vida os que a encaram
com permanente otimismo.
Vencem sempre os que sabem lutar,
sem perderem a direção da vitória.
Vencem aqueles que começam a luta
pensando que, por mais árdua que seja,
ela os leva para o endereço que propuseram,
sem pensar em derrotas.
Vencem aqueles que não desanimam em fase
das dificuldades e para os quais os obstáculos
servem como degraus para a subida e para
a consecução do objetivo
Felicidade é o resultado dessa tentativa.
Ame acima de tudo.
Ame a tudo e a todos.
Deles depende a felicidade completa...
Descubra aquilo de bom dentro de você.
Procure acima de tudo ser gente...
(Desconhecido)
Mariana sou eu tenho 11 anos e adoro estar coma minha avó Helena ...
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